Criar um Site Grátis Fantástico
UMBANDA OMOLOCO



A Origem do Omolocô

 

 

Apesar de conhecermos a metade de UM todo, sobre as procedências dos cultos afros; suas Nações ou lugares, ainda são poucos. Aqui apresentamos também mais um tema sobre as Entidades Espirituais, que se denominam Orixás ou Santo Africano, que nada tem a ver com Santo Católico. Nossos antepassados (sacerdotes) chegados da África usaram de um estratagema, contra os Senhores de Escravos, a fim de dar sobrevivência e continuidade à nossa religião, para isso, em cada culto ou nação, seus sacerdotes, dentro de seus rituais, assimilaram por Sincretismo, o Santo Africano ao Santo Católico. Entretanto os segredos religiosos e cabalísticos dos cultos, não podiam ser revelados. Só podiam ser transmitidos oralmente, aos poucos, aos iniciados idôneos que se submetiam às provas do ritual, buscando a sua vocação de conhecimento espiritual e de fé. Compreendamos, portanto, a necessidade que temos de empregar parte da etnologia e da geografia, para mostrar os lugares de origem dos cultos ou tribos, e destas, as Entidades (Orixás). Assim temos a antiga Nação Angola. Este Estado era limitado pelo Norte pela África astral inglesa, a leste e ao sul, pela possessão alemã. Naquela época, o Território de Cabinda (Angola), separou-se do Estado Independente do antigo Congo, o qual era dividido em seis (seis) distritos: Congo (antigo território de Cabinda), Loanda, Benguela, Mossamedes, Lunda-Quiôco e Huile. Este Estado apresentava como cidades principais: São Paulo de Luanda, Cabinda, Ambriz, Novo Redondo, Benguela, Mossamedes e Porto Alexandre. A sua superfície era de 1.300.000 milhões de quilômetros quadrados. Até o ano de 1918, esta antiga nação possuía uma população de quatro milhões e 120 mil habitantes, todos negros da raça bantos. O Ritual religioso do Culto Omolocô se origina das tribos Lunda-Quiocôs. Todos os Espíritos evolutivos preto-velhos que baixam nos terreiros umbandistas, pertenceram às tribos de Lunda-Quiocôs do Culto Omolocô, e seus lugares de origem, como seja: João Benguela, Pai Mossamedes, Pai Alexandre, Maria Redonda, Pai Cabinda, Pai Ambriz, Pai Luanda, etc. Temos também os bantos da África Oriental, de Dar-es-Salam, Quiloa, Bagamoyo, Tanga, Pangani; pertencentes principalmente à costa oriental. Essas tribos são cruzadas com um forte elemento asiático. Elas estão situadas no continente, ao sul da Ilha de Zanzibar, que foi a tempos atrás governados por um sultão árabe. Por esse motivo a Nação Omolocô, amalgamou-se e tornou-se uma Nação Eclética, com um ritual sempre cruzado, com suas raízes: Gêge, Quêto (reino iorubano do Sudeste da República do Benim, na fronteira com a Nigéria - África), Nagô, Angola, Almas (Ioruba), assim como com o Oriente, de origem asiática. Os Terreiros de Omolocô têm sempre uma puxada para o ritual de suas raízes, ou Nação Raiz, porém no fundo, as formas de iniciação, e de trabalhos são sempre seguindo uma mesma diretriz.

 

 

 

A RAIZ RELIGIOSA AMERÍNDIA

O BATUQUE E O OMOLOCÔ

 

      Foi sobretudo do "Batuque" que se originou o terceiro sincretismo religioso brasileiro, o Indígena-Cristão-Banto-Sudanês, os chamados Candomblés [que aqui vão entrar apenas como "filtro de estrutura" pelos quais passou a religiosidade indígena brasileira], pois, à medida que mais e mais negros de origem Banto, Congo e Angola alforriavam-se e reagrupavam-se na periferia das maiores cidades da época, foi no Batuque que eles mantiveram as partes dos rituais de seus Antepassados que conseguiam por em prática dentro dos limites estreitos da escravidão, criando os primeiros Candomblés, que é uma palavra de origem Banto e não Ioruba, significando no Brasil, "lugar de terra batida por pés" e/ou "lugar de danças de negros", e, por extensão, "terreiro" onde praticavam seus cultos religiosos, os quais, sob a forma de cantos e danças - o Batuque - eram permitidos e até incentivados pelas autoridades como forma de atiçar, assim pensavam elas, as velhas rivalidades tribais existentes desde a África. 

 

      Mas, ao contrário dessa suposição das autoridades, desde os seus primórdios, estes Candomblés incorporaram várias etnias dos fiéis dos Catimbós, levando assim para o seu interior o sincretismo religioso indígena-cristão anterior. 


      Entretanto, com a inconteste hegemonia Sudanesa (Ijêxá, Kêtu, Òyó, Ifé e Benin - enfim, Nàgô) que por fim se estabeleceu nos "Candomblés de Nação", com a sua total rejeição da manifestação pública dos seus Baba Egun [Antepassados], excepto se realizadas nos novos Terreiros-li-ese-egun para poder também rejeitar quaisquer outros antepassados de quaisquer etnias, a corrente religiosa indígena-banto-católica, embora aceitando o conceito dos Orixás Sudaneses, reafirmou sua opção anterior pelo culto dos Caboclos cristianizados e dos seus Antepassados africanos, começando a surgir daí o conceito Umbandista dos primeiros "Mensageiros Incorporantes dos Orixás" -- Os Cablocos e os Pretos-velhos -- surgindo assim o Omôlocô ou Candomblé de Caboclo


      E, nestes novos cultos, continuaria vivo o sincretismo religioso dos ritos indígenas-cristãos apoiados em todo Panteão Africano OrixásVoduns eInkicês), e, assim, ao lado de Olorun, pontificam TupãZambi e Deus que é Pai; ao lado de Yemanjá, estão Janaína, as Iaras e Nossa Senhora; ao lado de Ogum, combatem Cariri e o Boaiadeiro; ao lado de Usasse, corre o Sultão das Matas; ao lado de Exu, reinam o Caipora e Zé Pelintra; junto à Baba Egun, estão as Crianças, a Falange do Oriente e os Caboclos TupinambásTupiaraJaúIrerêJuremaPedra PretaPena Branca, Cobra CoralSeô Quatro Olho e muitos outros mais.